8 de novembro de 2011

Momentos Íntimos - Noiva Substituta


Noiva Substituta
The Weeding-Night Affair
Miranda Lee

Margheritte era uma das proprietárias da  bem-sucedida Casamentos Cinco Estrelas, uma firma especializada em organizar casamentos que atuava na alta sociedade  de Sydney e foi assim que ela se viu diante da organização do casamento de seu ex-marido.
Margheritte percebeu depressa que ainda amava Maximillian, mas estava determinada a resistir à química que agia entre ambos. seu trabalho era garantir que o casamento do ano acontecesse sem o menor problema... mesmo depois de a noiva ter-lhe feito uma revelação chocante e Margheritte decobrir-se aceitando ser a noiva substituta de Maximillian!

Pedacinho...

Então, como em câmera lenta, a porta do Jaguar se abriu e a cabeça morena de Maximillian apareceu, seguida por seus ombros muito largos. Já do lado de fora, ele se voltou para a mansão. Parecia óbvio que as via dali.

Margheritte imaginou se a estaria observando, se a teria reconhecido...

Mas percebeu que devia estar se deixando levar pelo temor. Maximillian usava óculos de sol também e jamais poderia ter percebido que era ela.

Conforme Maximillian se aproximava, porém, os olhos de Margheritte, por trás das lentes escuras, absorviam cada movimento de suas pernas e de seu corpo, exatamente como dez anos atrás, quando o marido entrara na Cantina do Gino, onde costumavam servir peixe e vinho...

Agora, Maximillian vestia apenas calça jeans e uma malha cinza. Roupas simples, que, mesmo assim, deixavam-no maravilhoso.

O Maximillian homem era muito melhor do que o Maximillian rapaz, isso Margheritte tinha de admitir. Suas formas musculosas estavam mais encorpadas agora. Seu rosto de expressão juvenil dera lugar a traços mais marcantes, mais viris. Se aos vinte anos Maximillian fora bonito, nesse momento, a palavra mais correta seria... perigoso.

Kathryn soltou o braço de Margheritte, que ainda segurava, e foi em direção ao filho, para enlaçá-lo pelo pescoço, cheia de carinho.

— Que bom ver você, meu amor! Espero que não tenha corrido demais na estrada, Maximillian.

— Jamais corro, mamãe. Não posso infringir a lei, você sabe disso.

— Meu filho é advogado — Kathryn explicou, voltando-se para Margheritte, orgulhosa até mais não poder.

O olhar de Maximillian acompanhou o da mãe, deparando com Margheritte e fazendo com que ela se sentisse, de uma hora para outra, quente.

— Então, quem temos aqui, mamãe? — Maximillian esboçou um leve sorriso. — Não vai nos apresentar?

Estranhas sensações se apoderaram de Margheritte naquele momento. Devia sentir-se aliviada por ele não a ter reconhecido, mas o fato, muito ao contrário, incomodava-a. Afinal, certa vez Maximillian lhe dissera que jamais a esqueceria, que a amaria para sempre. "Sempre", pelo visto, chegara ao fim. O pai de Maximillian, afinal, fora quem mais acertara quanto ao amor tão proclamado do filho.

— Maximillian, sua memória anda ruim, meu anjo — Kathryn comentou, numa estranha coincidência. — Margheritte é a organizadora de recepções da agência Casamentos Cinco Estrelas, da qual lhe falei na sexta-feira. Tenho certeza de ter mencionado que almoçaríamos juntas hoje. Margheritte, este é Maximillian, o noivo desatento. Maximillian, esta é Margheritte... Margheritte Kirby, não estou certa, querida?

— Sim, é isso mesmo.

— Muito prazer, sra. Kirby.

— Senhorita — Margheritte corrigiu-o, recebendo um olhar com um brilho bastante intenso como resposta, seguido das palavras:

— Sinto muito, srta. Kirby.

— Ora, não a chame assim, Maximillian — Kathryn interferiu. — Como eu já disse a Margheritte, vamos passar muito tempo lado a lado nas próximas semanas e podemos nos considerar amigos. Portanto, seria ótimo e prático nos tratarmos pelos primeiros nomes.

Amigos... A palavra incomodava Margheritte, mas agora não tinha mais saída. Não podia estragar o negócio que sua agência fecharia com aquela gente, e sabia que a única culpada por estar ali era ela m,esma e seu imenso orgulho.

— Já se decidiu pela Cinco Estrelas para organizar o casamento, mamãe? — Maximillian pareceu estranhar.

— Exato. No momento em que pus meus olhos sobre Margheritte, percebi que fiz a escolha certa.

— É mesmo, mãezinha? Interessante... Eu, para ser franco, estou interessado em saber o que ela tem em mente antes de tomar minha decisão ou assinar um contrato.

— Ora, advogados! — Kathryn se mostrou muito aborrecida. Virou-se para Margheritte. — Eles vêem problemas em toda parte, meu bem.

— De forma nenhuma — Maximillian corrigiu-a, amável. — Apenas não gosto de me apressar em nada, em especial, em negócios. Nunca ouvi nada sobre a Cinco Estrelas, a não ser o que você me disse, mamãe, e muito menos sobre a srta. Kirby, exceto pelo que posso ver. É uma mulher muito bonita e atraente, mas... nada sei além disso.

Margheritte sentiu-se tensa. Não ficaria ali, escutando palavras desagradáveis de Maximillian. Retirou os óculos e encarou-o, ainda mais furiosa porque ele, de fato, não a reconhecia.

— A Casamentos Cinco Estrelas tem uma folha impecável de serviços prestados, sr. Forsythe — disse, séria. — E eu também. Devo lembrá-lo de que foi sua mãe quem solicitou este encontro, e não o contrário. Além do mais, posso lhe apresentar diversas cartas de recomendação, e inclusive muitos álbuns de eventos que eu mesma organizei. Acredite ou não, disponho de vários no momento, e vim até aqui apenas para fazer um favor pessoal a meu sócio, que concordou com esta entrevista sem ao menos me consultar. — E, voltando-se para a ex-sogra, prosseguiu: — Sob tais circunstâncias, acredito que seria melhor que a senhora escolhesse outra agência. Foi um prazer conhecê-la.

Kathryn segurou-a pelo pulso antes que pudesse se afastar.

— Por favor, não vá embora! — Colocou-se diante do filho. — Mas, afinal, Maximillian, o que deu em você? Jamais o vi tão rude!

— Não fui rude, mas sensato. E, já que a srta. Kirby é uma pessoa tão solicitada, acho melhor você seguir a sugestão dela e escolher outro serviço.

— Acontece que não quero outra agência, Maximillian! Margheritte me foi muito bem recomendada e, sobretudo, gosto dela! — Kathryn tornou a fitar Margheritte, ainda segurando-a. — Você faria o serviço pessoalmente, se eu pagasse seu preço dobrado, não, meu anjo?

— Mamãe, pelo amor de Deus, não... — Maximillian tentou interferir, mas Kathryn não Permitiu.

— Maximillian! — chamou-o, na voz autoritária que fazia ressuscitar a velha dona daquela propriedade, que Margheritte conhecia tão bem. — Você e Corinne me pediram para organizar a festa de seu casamento, e estou muito feliz em fazê-lo, mas, com a data marcada para daqui a dez semanas, e com sua noiva fora do país na maior parte desse tempo, vou precisar de ajuda. E quero que Margheritte colabore comigo! Por favor, não torne as coisas ainda mais difíceis, sim?

Maximillian permaneceu parado, quieto, por alguns segundos.

Margheritte não sabia se ria ou chorava. Era, de fato, uma situação bizarra. De repente, ele retirou também seus óculos e olhou-a com muita intensidade.

Os olhos tinham sempre sido a característica mais marcante e atraente em Maximillian. Eram azuis, muito escuros e profundos. Da primeira vez em que ele a olhara, dez anos atrás, do outro lado do balcão da cantina, Margheritte sentira as pernas tremerem. Agora Maximillian a voltava a fitá-la, e ela não desviou o olhar nem por um segundo. De sua reação interna só ela e Bamelkut estavam a par.

Era esquisito, mas parecia haver um quê um tanto divertido naquelas pupilas, e Margheritte imaginava se Maximillian, de repente, estaria recordando alguma coisa familiar. Afinal, tantas vezes a vira e dissera que era a garota mais incrível, mais adorável do mundo...

De repente, porém, Maximillian ergueu a sobrancelha. Sua expressão se transformou, ficando ainda mais fria, mais distante.

— Desculpe-me, Margheritte. Não quis ser desagradável ou pôr em dúvida sua reputação. Tenho de confessar que me tornei um tanto cético em matéria de negócios. Não tenho dúvida de que sua empresa é excelente nos serviços que presta e que você é uma especialista no que faz.

— É claro que ela é — Kathryn confirmou, parecendo mais aliviada. — Você deveria ter conversado com o fotógrafo que acompanhou um dos casamentos que ela organizou.

— Bem, já me desculpei, mamãe. E tenho certeza de que Margheritte não se oporia em nos mostrar um pouco de seu trabalho e em nos falar mais sobre si mesma. Mas, primeiro, adoraria tomar um café. Poderia nos fazer um, mamãe? Sei que hoje é dia de folga de Brenda, mas seu café é muito melhor que o dela.

— Não adianta elogiar... — Mas Kathryn estava radiante com as palavras do filho.

— E você, Margheritte? — Maximillian se voltou para ela, com a mesma gentileza e suavidade que Margheritte ao mesmo tempo gostava e desprezava num homem. — Parece-me do tipo que também aprecia um bom café.

— Eu gostaria, sim, obrigada.

Gostaria de atirar-lhe uma xícara fumegante na roupa impecável, mas as coisas tinham tomado um rumo diferente do que previra, e precisava lidar muito bem com a situação.

—- Vou levar Margheritte para o terraço — Maximillian avisou, enquanto sua mãe dirigia-se à cozinha.

— Faça isso, querido. Está muito agradável lá hoje. Estarei lá num minuto.

Mais uma vez, Margheritte estranhava o comportamento da ex-sogra, que antes jamais fazia nada para alguém, esperando ser servida o tempo todo.

Maximillian tomou Margheritte pelo cotovelo e conduziu-a até uma saída lateral, que dava para uma bela varanda, sem dúvida nova, já que ela não conhecia aquele local da casa.

Assim que saíram, ela voltou a observar as imediações, prestando atenção aos jardins que se descortinavam a sua frente, o tino profissional avaliando detalhes que serviriam para a organização da festa.

Na verdade havia dois terraços, muito espaçosos e bonitos, com decoração coríntia, que fazia Margheritte lembrar-se de um desenho romano que vira certa vez. Aquele local seria esplêndido para o evento. A piscina e a vegetação que via mais adiante rematavam a ideia de uma recepção mais do que elegante.

Sentada em uma das cadeiras de cana-da-índia, Margheritte gravava na memória cada detalhe, até que, sem que se desse conta, acabou focalizando a mão muito máscula de Maximillian, que descansava sobre o braço da cadeira a seu lado.

Lembrou-se de como aquela mão sabia proporcionar prazer... Como as grandes mãos conheceram suas curvas no passado, como a fizeram gemer de excitação.

De repente, um frio na espinha alertou-a. Estava experimentando, mais uma vez, uma sensação de desejo muito forte, muito ardente.

Desviou o olhar, então, e se pôs de novo a apreciar o que tinha a seu redor. Cerrou os dentes, procurando não atentar a Maximillian, ao modo um tanto vacilante com que ele se levantou e procurou outro assento, acomodando-se bem diante ela.

— Muito bem. — Maximillian, então, recolocou os óculos escuros. — Vamos parar com a farsa, Maggie. O que pretende, afinal?


Na minha opinião...
Eu li esse livro tem um tempo já, mas devo dizer que é uma excelente leitura.
A Margheritte e o Maximillian casaram-se quando ambos eram ainda muito jovens. Por influência negativa, ambos se separaram e, agora, dez anos depois estão frente a frente.
Margheritte foi a contratada para organizar as núpcias de Max, mas uma reviravolta coloca a moça como substituta da noiva na cama do noivo.
Esse casal é explosivo e a relação deles é intensa e cheia de paixão à flor da pele.
É uma história sensual e deliciosa.
Vale a pena a leitura!
Recomendo 100%.

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