8 de novembro de 2011

A Ilha dos Desejos - Anne Mather

 

A Ilha dos Desejos
Beware the Beast
Anne Mather


A morte de seu pai, Charles Mortimer, antecipa a saída de Charlotte do colégio interno. Surpresa, fica sabendo que seu pai não tivera morte natural, mas que se suicidara diante da vergonha e humilhação de ter perdido sua fortuna nas mesas de jogo.

Ela jura se vingar de Alex Falkner, um milionário grego, dono dos cassinos que levaram seu pai a destruição. Porém Charlotte ignorava que aquele mesmo homem era agora seu dono, seu senhor, pois até sua própria vida seu pai jogara e perdera nos panos verdes das mesas de jogo!
E Alex exigia que todas as suas dívidas fossem pagas!


Pedacinho

— Bem. Já acabou a leitura esta noite? — disse Alex, e colocando um disco na vitrola, convidou-a a dançar.
— Oh, está bem — falou ela, não muita satisfeita.
Charlotte já havia visto antes os gregos dançando na televisão, mas não estava preparada para a realidade. O braço de Alex sobre seus om
bros a trazia muito perto dele, e seu peso não a deixava concentrar-se no que ele tentava ensinar-lhe. Seus braços rodeavam a cintura dele, e ela estava cônscia de que apenas o tecido fino de seu vestido separava seu corpo do dele.
Mesmo assim, tentou se concentrar no que ele dizia, seguindo os movimentos laterais sem muita dificuldade e os passos cruzados: três vezes, duas vezes, uma vez. A música tornava-se gradualmente mais rápida, e os passos também, em função do ritmo mais acelerado. Charlotte esqueceu-se de sua perturbação pela proximidade do marido e concentrou toda sua atenção na música e na dança. Sua respiração acelerou-se e ela soltava exclamações de alegria cada vez que conseguia dar um passo sem errar. Ela estava rindo para ele confiante na própria capacidade, quando falseou o passo e deu um grito de dor. Os sapatos de Alex pisaram seus pés descalços. Ela desembaraçou-se dele e sentou no chão para tentar tratar do pé dolorido. Alex também abaixou-se a seu lado muito contrariado.
— Meu Deus, sinto muito — falou, tirando a mão dela e tomando nas suas o pé machucado. — Está doendo muito?
— Bem. — disse ela, gracejando — Você não é nenhum peso-pena.
— Parece que não há nada quebrado — falou ele mais calmo. — Você pode se levantar ou quer que eu a carregue?
— Eu me ajeito — falou Charlotte, um pouco ressentida pelo ar excessivamente paternal dele. Ficou de pé, recusando ajuda. — A dor já está passando e eu não sou nenhuma criança que precisa ir para o colo quando se machuca!
— Mas eu nunca pensei que você fosse! — protestou Alex.
— Não, mas você sempre pensa em mim como uma criança, não é?
— E como você quer que eu a trate? Como uma mulher? Como minha esposa?
— Eu. . . Eu quero ser tratada como adulta, é só isto! —respondeu Charlotte.
— Esta conversa é muito tola! — comentou Alex, impaciente e virando o rosto. — Afinal, eu me casei com você, não foi?

— Algumas vezes fico imaginando por quê! — falou, sem pensar no que dizia. E Alex voltou-se para ela muito zangado:
— Ah, Charlotte, não me provoque. Nós estávamos começando a ter uma espécie de camaradagem. Não pense que alguma coisa mudou!
— Oh, estou entendendo. — E os seios dela arfavam de indignação. — Então estes últimos dias foram só fingimento, não é?
— Não! — Alex pôs as mãos nos quadris. — Não. Foram dias... Normais, agradáveis, quando nós gozamos um da companhia do outro. Ou pelo menos eu apreciei sua companhia. Você pode não ter apreciado, e se for assim, não posso fazer mais nada.
Na verdade, tinham sido dias ótimos, e ela estava a ponto de estragar tudo. Então murmurou, muito infeliz e hesitante.
— Eu... Eu gostei muito da sua companhia. Oh, Alex, sinto muito. Eu fui simplesmente... Horrível!
— Bem, vamos esquecer tudo, está bem? — comentou ele, depois de dar um fundo suspiro.                                    
— Alex, não fique mais zangado comigo. Eu sei que digo as coisas erradas... Faço as coisas erradas. Mas eu não gosto quando você me trata como criancinha, como um tutor.
— Como um tutor? — ele levantou os olhos para o céu. — Mas não é nada disso, Charlotte. Oh, pelo amor de Deus! — e ele colocou sua mão livre sobre a dela, segurando-a contra o seu braço. O pulso de Charlotte acelerou-se alarmantemente. Os olhos dele prenderam os dela e havia uma carícia tão grande neles que suas pernas ficaram trêmulas. — Charlotte, acredite em mim, não olho para você como se fosse uma criança. Deus me perdoe, talvez eu devesse, mas não é assim!
— Eu... Eu... Eu... Está muito tarde e eu estou cansada — falou Charlotte com dificuldade. Ela tentou separar-se dele e, para seu alívio, ele deixou-a afastar-se. — Boa noite, Alex.


Na minha opinião...
Eu li esse livro pela primeira vez deve fazer uns 10 anos ou mais, não consigo precisar.
Mas, digo uma coisa: foi um dos melhores livros do gênero que eu já li.
Não me canso de lê-lo sempre que tenho uma oportunidade. Já devo ter repetido essa leitura, quem sabe, mais de 10 vezes.
É um livro que me encantou da primeira à última página.
A história gira em torno do casamento forçado de Charlotte Mortimer com Alexandros Falkner.
Charlotte é filha única de um homem viciado em jogos de carta que acaba por perder toda a fortuna que possuía deixando a ela apenas a opção de casar-se com o dono dos cassinos em que seu pai frequentava, Alex Falkner.
Ela é uma jovem que acaba de completar 18 anos e ele é um homem perto dos 40 anos.
Mas, engana-se quem acha que ela é bobinha.
De jeito nenhum!
Charlotte dificulta as coisas para Alex o quanto pode. Ela sempre retruca por cima do que ele fala, chegando a ser quase mal educada.
Entretanto, por mais que ela insista em dizer que o odeia, e ela diz isso pra ele, a paixão que ele desperta nela é mais forte e vence sua resistência.

Alexandros é um homem forte e cativante, apaixonante, intenso.
Bastante paciente, mas não um santo.
Oh não! Ele é cruel às vezes em suas palavras e a deixa sozinha por uma boa parte do tempo como uma estratégia para aproximá-la dele. E funciona.
A primeira vez deles juntos é intensa e quase violenta, mas mesmo assim deliciosa.
Enfim, é uma trama encantadora.
Doce, intensa, vigorosa.
Vale a pena cada minuto de leitura.
Esse foi o primeiro livro da Anne Mather que eu li e ela me conquistou de uma vez!
Mais do que recomendado!
 

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