27 de abril de 2010

Protesto de uma cidadã brasileira

Eu adoraria saber por que em nosso esplendoroso país as coisas têm que acontecer a passos de tartarugas de Galápagos?
Para quem não conhece as tartarugas de Galápagos são enormes e, por este motivo, se movem mais lentamente.
Agora deixando as tartarugas de lado e voltando à vaca fria, tudo neste país acontece na maior lentidão possível. Menos, é claro, as ações escusas dos parlamentares fartamente aconchegados nos fartos seios da pátria.
Deus até quando?
Ainda neste ano de 2010 me graduo em licenciatura plena em Língua Portuguesa.
Estava navegando pela net a procura de informações sobre a vida docente e fico bege com as coisas que leio. E não é só isso que me deixa bege, temos ainda o terror na saúde, na segurança, o direito adquirido cerceado. Enfim, milhões de coisas que toleramos pelo simples fato de não termos coragem, e me incluo nisso, de arregaçar as mangas e exigir nossos direitos coletivos e individuais.
Os professores têm que se descabelar na Praça da República pra exigir aumento de salário!
Isso nada mais é que humilhação!
Humilhação sim.
Os professores estão implorando por um amento de salário que lhe é mais do que devido. São anos de estudo e dedicação, além de aguentar filho mal educado de pais que acham que é dever da escola educar seu filho, para receber um piso salarial ridículo de, sei lá, R$950,00?
E ainda perguntam por que esses profissionais estão desmotivados!
Se não fosse trágico seria cômico.
Pelos deuses do Olimpo!
O que acontece na nossa terra é algo indizível.
Kant dizia, sabiamente, que o homem é o resultado da educação que recebe.
E qual é a educação que temos no nosso país?
...
E o que temos hoje em dia?
Violência desmedida, homicídios, latrocínios, crianças abandonadas sem pai e sem mãe, netos que matam avós, filhos que maltratam seus pais.
O que é isso que vivemos hoje?
Um país sem educação não é nada!
Educação e cultura devem fazer parte da vida de qualquer pessoa, tanto no Brasil quanto na conchinchina.
Em todos os lugares ouvimos a seguinte frase: “Um mundo melhor para nossos filhos”.
Lindo.
Cheio de boas intenções, mas vazio.
Em contrapartida, alguém disse: “E que filhos deixaremos para o mundo?”.
Sabias palavras.
Sem educação a evolução será um retrocesso aos tempos bárbaros onde se conquistava pelo fio da espada. Aliás, nem precisamos ir muito longe para vermos esse tipo de situação absurda.
Tive uma professora no colegial, e isso faz tempo ainda era colegial, que dizia uma frase que alguém disse um dia e que faz muito sentido: “Povo burro é povo dominado”.
É uma frase de impacto, quem sabe até um pouco tosca, mas com um tremendo fundo de verdade.
Quando a pessoa possui mais informação e mais cultura ela não se dobra facilmente a ideias baratas. Pessoas bem informadas questionam, querem saber a razão de ser das coisas.
Questionam e opinam.
Não vale a pena educar tanto.
Imagina um monte de brasileiro falando bem, possuindo bagagem cultural e informação para contradizer os “nossos representantes legais”?
Oh! Sem condições.
Para que educar?
É mais fácil enganar e iludir do que abrir os olhos da população.
É muito mais simples permitir que se disseminem jovens inexperientes e grávidas, jovens desesperados que busca no crime uma maneira de sobreviver, dessa forma o governo terá como mostrar um trabalho de cunho social.
Balela!
Talvez eu tenha uma visão romântica demais e seja uma tola sonhadora, mas adoraria viver em um lugar em que existisse ao menos o mínimo de respeito pelo cidadão, pelo profissional, pelo contribuinte, pelo eleitor, pelo ser em si.

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